Nunca vou conseguir dizer em qual ano essa placa chegou na minha casa, nem quando pergunto ao meus pais eles conseguem dizer algo mais exato do que "quando viajamos a São Luís". Apesar dos fatos inexatos, tudo indica de que eu já era vivo e já andava batendo minha cabeça nas quinas das paredes do antigo apartamento.
Além do Rio de Janeiro, acredito que São Luís foi uma das primeiras cidades que adicionei ao meu mapa-múndi infantil. Era mais ou menos assim, Recife ao leste, o Rio ao noroeste e São Luís logo acima, matter of fact, eu posicionava as cidades de acordo com a "quentura" delas, alguém me disse (TV) que quanto mais alto no mapa eram, mais quentes também, e eu achava o Rio o lugar mais quente do mundo (minha opinião ainda não muda) então para mim ele ficava mais a norte do que Recife.
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Então quer dizer que eu fui a São Luís?
Sim, mas não. São Luís, Fortaleza, Manaus e Brasília são sem dúvidas cidades brasileiras que eu queria conhecer. Já fui nas duas primeiras, mas não tenho memórias, eu tenho fotos minhas nas praias. Ao menos meus pais não me levaram a um tour na Europa quando eu tinha 2 anos de idade, aí sim teríamos muita a conversar.
Quando mais jovens meus pais gostavam muito de viajar de carro. Eles tinham um carro comprido e quadrado ao melhor estilo anos 80~90 e andavam com três filhos pelas rodovias esburacadas do nordeste nos curtos feriados que encontravam. Hoje em dia nos limitamos a não viajar ou simplesmente irmos para João Pessoa, o que não conta é muito logo ali.
O problema da versão mais aventureira dos meus pais é que, como a grande maioria dos pais, eles deveriam ter criado algum tipo de comprometimento, sem dúvidas algo contratual, em que se comprometessem a repetir todas as viagens realizadas durante o período de ressaca no período quando nos tornássemos adolescentes. Aí sim eu poderia entrar naquele banheiro, olhar para aquele plaquinha Beco da Bosta e relacionar alguma memória mais interessante do que "li porque eu estava usando o banheiro".